Entenda os arquétipos junguianos: O inconsciente coletivo e você

Você já ouviu alguém dizer que fulano se comporta sempre de forma rebelde? Ciclano é muito inocente? Ou beltrano está sempre cuidando de todos? Já ouviu falar sobre Carl Jung ou sobre os arquétipos junguianos?

Vem com a gente descobrir como essas perguntas estão conectadas!

Carl Jung foi um psiquiatra e psicoterapeuta suíço, considerado o fundador da psicologia analítica. Viveu entre 1875 e 1961. Ele acreditava que nós, humanos, tínhamos alguns padrões relacionados às emoções e aos comportamentos.

A partir dessa ideia, Jung desenvolveu o conceito dos arquétipos. Hoje, segundo o dicionário Michaelis, a palavra conta com as seguintes definições:

  1. Tipo primitivo ou ideal; original que serve de modelo;
  2. O modelo, o exemplar ou o original de uma série qualquer;
  3. O que serve de modelo ou exemplo em estudos comparativos; protótipo.

Para Jung, os arquétipos comportamentais eram as representações das principais motivações básicas da humanidade.

Mas, antes de falarmos mais sobre eles, é importante que você conheça também os arquétipos junguianos relacionados ao inconsciente coletivo.

Inconsciente coletivo? O que é isso, afinal?

Não, não estamos falando do podcast da Tati Bernardi, mas já anota essa dica porque vale muito a pena! Para Jung, nosso inconsciente se divide em duas camadas:

  • O inconsciente pessoal, que foi estudado por Freud. Está relacionado às nossas memórias e pensamentos;
  • O inconsciente coletivo, que traz uma herança do que nós, como humanidade, vivenciamos ao longo das eras. Jung acreditava que, mesmo quando nascemos, não somos uma “folha em branco”, pois trazemos com a gente as experiências passadas.

Existem alguns exemplos de arquétipos junguianos que são mais relacionados ao inconsciente coletivo. Como uma estrutura da personalidade, alguns deles:

A persona

É a representação de como a gente se apresenta para outras pessoas. Por exemplo, como nos comportamos quando estamos em público.

A sombra

Esse arquétipo junguiano representa as nuances da nossa personalidade que não conhecemos ou exploramos a fundo. Mas, que ressoam em nosso subconsciente. Como aquelas “vozes” da nossa consciência, que podem trazer virtudes ou defeitos.

Self

Aqui, temos a busca pela individualização. O autoconhecimento, a espiritualidade, os mistérios sobre a vida e a morte são representados pelo Self.

Ego

Temos no Ego, a representação do centro da consciência e da personalidade. É um arquétipo junguiano ligado à análise e planejamento das experiências de forma mais consciente.

Anima e Animus

São as características femininas (Anima) e masculinas (Animus) que toda pessoa carrega dentro de si, independente de seu gênero ou sexualidade.

Além desses, que são focados mais na coletividade, Jung também estudou sobre padrões relacionados a algumas particularidades das pessoas.

Quais e quantos são os arquétipos junguianos

Os chamados 12 arquétipos junguianos são exemplos que simbolizam as motivações mais básicas das pessoas.

Um ponto importante é que você pode encontrar estudos que divergem quanto ao nome dos arquétipos e até mesmo sobre a quantidade. O “Fora da Lei”, por exemplo, também pode ser chamado de “Rebelde”.

Os arquétipos junguianos estão presentes em diversas áreas.

Na psicologia, eles podem ser usados para apoio em estudos sobre personalidades e no desenvolvimento das potencialidades de cada um. Em Marketing, já existem estudos que relacionam as características das marcas aos arquétipos.

Na literatura e no cinema, os personagens, geralmente, contam com a construção de sua história a partir da seleção do arquétipo ao qual ele vai fazer referência.

Ficou curioso? Vamos te contar mais detalhes sobre cada um dos exemplos dos arquétipos junguianos:

Sábio

Esse arquétipo está relacionado à sabedoria, à inteligência, ao conhecimento e à aprendizagem. Se você conhece a Caverna do Dragão, pode associar o personagem do Mestre dos Magos ao perfil do Sábio, por ser o guardião da verdade.

Inocente

Com o Inocente, temos a relação com a pureza em seu estado mais belo. A ausência de malícia, o foco na simplicidade e a forte marca do otimismo. Essa junção também pode torná-lo ingênuo. A Dory, parceira do Nemo, é uma boa representação desse arquétipo.

Fora da Lei

Limites? Não temos com o arquétipo do Fora da Lei. Não confunda com uma má pessoa! Esse arquétipo é apenas independente demais, foge de regras e padrões. Gosta da revolução e da inovação. Bandas de rock são ótimos exemplos.

Amante

O arquétipo do amante não se relaciona, necessariamente, ao amor entre pessoas. É a paixão que transcende, que pode, sim, ser por alguém, mas também pela vida, por projetos, por ideias. Representa a entrega e a paixão. Sabe aquelas propagandas de perfumes, como as da Dior e Coco Chanel? São exemplos desse arquétipo.

Herói

Um dos mais marcantes arquétipos junguianos, o herói está sempre pronto para superar novos desafios! Com muita luta, suor, aventuras e, geralmente, movido por causas nobres, em defesa de alguém ou do mundo todo. Pense nos Vingadores, no Harry Potter, em Neo, direto da Matrix… O cinema está repleto de exemplos!

Cuidador

A busca pelo bem-estar de todos. Essa é uma das missões desse arquétipo tão nobre. Dele, você pode esperar muito afeto, carinho e, claro, cuidado. A Madre Teresa de Calcutá é uma de suas maiores representantes.

Criador

Esse é o espaço, ou melhor, o arquétipo dedicado aos artistas e inventores. Criatividade e inspiração cercadas por muito sentimento são marcas registradas. Aqui, podemos pensar em autores da Literatura, compositores e musicistas.

Explorador

Rotina não tem vez com o arquétipo do explorador. O mundo está sempre à sua espera e o tédio é algo desconhecido. Marcas de carro, como Land Rover e Jeep, exploram muito bem esse conceito.

Tolo

O perfil do Bobo da Corte é o exemplo clássico do arquétipo do tolo. Uma personalidade despreocupada, que ri de si mesmo e vive de forma simples, sem se preocupar com os estresses do dia a dia.

Mago

Com traços mais místicos e misteriosos, ele enxerga além do que se vê. O mago é corajoso, traz ideias disruptivas cercadas de magia, é claro! Gandalf e Doutor Estranho são excelentes representações atuais.

Pessoa comum

Esse arquétipo tem uma necessidade de sentir que pertence ao ambiente em que está. Para isso, segue as regras, pode passar despercebido, não se importa de seguir uma rotina. Então, é bem comum encontrarmos traços desse arquétipo em políticos.

É importante estarmos atentos se é algo genuíno ou construído propositalmente para estar junto ao povo.

Governante

O líder está aqui, neste arquétipo. O governante tem o dom da oratória, inspira confiança, sabe ser persuasivo, não se incomoda em ser o centro das atenções. Aposto que, com esse olhar, você consegue ver semelhanças entre Barack Obama e o Rei Leão, não é?!

Como saber qual é o meu arquétipo?

A cada arquétipo junguiano que você conhecia, você se identificava um pouquinho?

Ou houve algum em que você realmente falou “Esse sou eu!”?

Então, agende uma conversa com um de nossos terapeutas para conhecer mais sobre cada um e identificar o seu!