Autopreconceito: você é vítima e algoz

Pode até parecer um absurdo, mas acontece de forma subjetiva em algumas pessoas. O autopreconceito acontece de maneira subliminar na sociedade, onde, por exemplo,  uma pessoa acima do peso pode se recusar ou evitar estar ao lado de alguém na mesma circunstância.

O preconceito é uma semente plantada nas pessoas. Julgamos como um olhar supercrítico as atitudes dos outros, bem como suas culturas. Não há nada a se aprender ou evoluir com qualquer forma de preconceito.

Seja com os demais ou com o próprio autopreconceito, saiba que esse pensamento é uma âncora desnecessária que carregamos dentro de nós. Não há porque nos travarmos ou infligir dor aos demais, ainda mais por conta de algum medo ou o desejo de nos sentirmos “superiores”.

Anulamos o que sentimos, pensamos e somos, inúmeras vezes ao longo de nossas vidas. Isso é saudável — até certo ponto — pois imagine se alguém bate no seu carro e você sai fazendo o que “der na telha”, seria um caos.

Entretanto, quando se trata de uma escolha pessoal em nossas próprias vidas, nos reprimir é quase sempre inadequado. Tomar ações apenas para se enquadrar em um padrão, leva a insatisfação.

Veja como autonegação ocorre:

A raiz do autopreconceito

Ainda que seja o cérebro que pense, não é ele quem sente. Quando vamos encontrar alguém que gostaríamos muito, sentimos “borboletas” no estômago e um batimento cardíaco acelerado.

É a mente que decide as escolhas, o cérebro que pensa e o coração que sente, tudo isso é experienciado em nosso âmago. Portanto, quando falamos sobre “autopreconceito”, estamos falando de um setor localizado no cérebro.

Segundo a psicanálise, todos sabem o que são. Porém, jogamos para baixo do tapete o nosso “eu”, visando sempre uma aceitação social. Sentimos medo de ficar sozinho, isso é normal, mas sentir pavor de ficar só, não.

Ter o pensamento de que ninguém nos aceitará se souberem o que somos, é uma ilusão. Contamos essa mentira para nós mesmos, pois visamos nos proteger dos ataques externos, escondendo-nos assim dos outros.

Contudo, quando falamos de autopreconceito, o ataque vem de dentro. Sou eu quem me critica, por medo de ser criticado pelo outro. Coisa louca, não?

Autopreconceito e críticas

Há casos, em que a pessoa se importa mais com a crítica dos outros, do que aquilo que ela pensa e sente sobre sua atitude. Às vezes nos importamos mais com a opinião alheia, do que a nossa própria.

Isso é algo perigoso para nós. Pois vamos nos calando cada vez mais, engolindo métodos e jeitos de se viver já planejados. Tudo para sermos aceitos no trabalho, faculdade, pela família, amigos e etc.

Em casos mais superficiais, alguém pode escolher usar apenas grife, pois assim será visto como “descolado” e dentro da moda. Enquanto em casos mais graves, a pessoa chega a negar a própria sexualidade ou cor da pele, chegando a sentir vergonha do que se é.

Todos nascemos em uma cultura, que possui um idioma, alimentação e tradições específicas. Neste meio, aprendemos tudo que nos forma enquanto pessoa, vamos construindo nosso “eu” se baseando nas atitudes dos outros.

Mas… de onde surgem esses costumes e preconceitos sociais?

Do ser humano. As pessoas sentem medo do diferente, daquilo que é novo e desconhecido. Em sua índole, o ser humano é hostil, basta as condições ideais para que isso se manifeste.

O medo é um solo muito fértil para pensamentos negativos. A energia atômica, foi descoberta visando um propósito maior para o bem da humanidade. Entretanto, por medo, o exército tomou esse conhecimento, desenvolvendo assim, a bomba atômica.

Por causa do medo, o ser humano pode fazer qualquer coisa, não há dúvidas acerca disto. Enquanto no contexto de sociedade, menosprezamos o outro, para reafirmar que nosso jeito de ser é o correto.

Na maioria das vezes, a autoafirmação é destrutiva. Apenas quando somos uma criança, e estamos aprendendo a reconhecer o mundo e a nós mesmos, a auto-afirmação é essencial para a diferenciação.

Contudo nós crescemos, e quanto mais praticarmos a autoafirmação, por meio de atitudes com os outros, mais carência será indicada. O preconceito que há em toda sociedade, existe, muitas vezes, pela carência emocional, medo irracional e desinformação.

O medo dentro do (auto)preconceito

É inegável o fato de todos termos algum preconceito (pré+conceito) acerca de algo, é natural, afinal, não sabemos de tudo. O problema começa quando não queremos crescer, achamos mais confortável ficar na mesma posição e pensamento.

Por querermos ficar estagnados em um ponto, caçoamos e buscamos diminuir o outro. O medo de se ver um novo ponto de vista, pode ser assustador para alguns. 

Quando se manifesta através de um ego inflado, a auto-afirmação é corrosiva. Frases como “eu sou maior que você”, são comuns para um egoísta de primeiro escalão. Por meio desse pensamento motivado pelo medo, eles buscam oprimir você e aquilo de único que você é.

Alguns sentem tanto medo, que querem plantar isso em você também. O autopreconceito não surge do nada em alguém, ele é plantado. Naturalmente, não há porque sentirmos vergonha no que somos, não existe um jeito único de ser e agir.

Se não estamos prejudicando a saúde de alguém, não há porque se envergonhar. É lindo a forma que cada ser humano tem de agir. A forma como olha, caminha e escreve, tudo é único. Não existe nenhuma outra pessoa igual a você no mundo.

Estamos mudando a cada instante

Um filósofo pré-socrático tinha uma frase muito boa para isso:

“Nenhum homem pode se banhar duas vezes no mesmo rio

Pois na segunda vez, o rio já não é o mesmo

Nem tão pouco o homem!”

Heráclito de Éfeso (540-470 a.C)

Não somos os mesmos nunca, por conta disso, a necessidade de impor um jeito de ser para o outro, deve ser anulada. Da mesma forma que nosso autopreconceito, deve fluir para longe de nós.

As terapias holísticas atuam como um farol para quem busca se purificar. Não é sempre que conseguimos lidar sozinhos com certos problemas, e tudo bem sobre isso, estamos constantemente servindo e sendo servidos.

Saiba reconhecer quando precisar de seu momento e espaço, é fundamental para nossa saúde mental. Quando a mente está desequilibrada, o corpo também adoece. Com a energia desarmonizada, torna-se complicado ter uma mente calma e produtiva.

A hipnoterapia pode nos ajudar com questões comportamentais e emocionais, enquanto a aromaterapia consegue nos sintonizar com a calmaria ou entusiasmo. Seja qual for nossa necessidade, as terapias podem nos ajudar.

“Não há problema que não possa ser solucionado pela paciência. A paciência desarticula os mecanismos do mal…”

Chico Xavier

Se tivermos calma, determinação e mente aberta, conseguiremos nos reconhecer melhor e saber quando precisamos de ajuda. Qualquer conflito externo ou interno pode ser resolvido, não se desespere, você é capaz.