Entenda como as crenças disfuncionais podem atrapalhar sua vida

Você já ouviu falar sobre o termo crenças disfuncionais? Um pouco diferente, não? Veja esses exemplos de dois momentos diferentes da vida de uma mesma pessoa:

No ambiente de trabalho, durante a fase adulta:

“Eu não vou me arriscar a montar uma planilha para essa apresentação do trabalho. Nunca fui bom com fórmulas e matemática, não vai dar certo…”

Um tempo atrás, durante a escola, no Ensino Fundamental, essa mesma pessoa pensava:

“Eu não vou nem estudar para a prova de matemática aqui da escola porque sei que vou bombar de qualquer forma. Fui péssimo nas duas últimas…”

Você se identificou com essas situações? Já passou por isso ou presenciou alguém que não se arrisca em alguma atividade? Talvez por ter essa falsa certeza de que vai falhar.

Esses são exemplos bem característicos e práticos do que são as crenças limitantes. Também são conhecidas como crenças disfuncionais.

Para entendermos melhor, podemos relacionar as crenças disfuncionais àqueles comportamentos mais negativos. Até à autossabotagem.

As pessoas com esses pensamentos costumam ver a vida com um olhar distorcido, diferente da realidade. Um olhar pessimista. Isso traz impactos em diversos setores da vida, das formas mais variadas possíveis.

Na Terapia Comportamental Cognitiva, esse conceito é bastante utilizado. Vem com a gente para saber mais sobre ele!

Quais são os tipos de crenças disfuncionais?

São diversos os tipos de pensamentos e atitudes relacionados às crenças disfuncionais ou limitantes.

Um psiquiatra americano, chamado David Burns, ficou conhecido por ter tornado a Terapia Cognitivo Comportamental mais popular. Ele elaborou uma lista com as crenças mais comuns.

Aqui, vamos te contar um pouco sobre as mais conhecidas. Mas, você pode encontrar as informações completas no livro que recebeu o título de The Feeling Good Handbook.

Filtro mental

Nesse tipo de crença disfuncional, a pessoa tem a tendência de separar o lado bom e o ruim de uma situação. Ou seja, foca apenas em um deles. Adivinha em qual?

Isso mesmo… O foco fica nos problemas. No lado negativo da situação, independente de qual seja o positivo.

Catastrofização

“Mas você vai mesmo fazer uma viagem de cruzeiro? E se o navio afundar?”. Esse é um tipo de frase associado a essa crença disfuncional. As pessoas ampliam a probabilidade de algo muito ruim acontecer.

Pensamento “tudo ou nada”

Também chamado de “pensamento dicotômico”. Essa crença está associada àqueles comportamentos que são 8 ou 80, sem um meio termo.

Por exemplo: ou você investe toda a sua economia e ainda faz dívidas para adquirir um carro esportivo zero km, ou segue andando de transporte público. Comprar um carro popular ou um carro usado? Para esse perfil, nem pensar!

Supergeneralização

Nesse caso, a pessoa acredita que uma situação que aconteceu de forma isolada seja uma verdade incontestável e absoluta. Em outras palavras, que vai se repetir sempre. A essa altura, você já deve imaginar que a situação aqui é relacionada a algo negativo, não é mesmo?

Leitura mental

Ah, que bom seria se soubéssemos o que os outros estão pensando… Será?!
Com essa crença disfuncional, a pessoa presume o que as outras estão pensando sobre um assunto ou situação. Mas, sem nenhum tipo de confirmação. É apenas uma suposição, que pode gerar decisões precipitadas envolvendo os outros.

Adivinhação

Mesmo não tendo em mãos uma bola de cristal, com essa crença a pessoa tende a fazer previsões sobre o que vai acontecer no futuro.

Mais que isso, ela cria cenários e desdobramentos a partir dessas previsões. Logicamente, são pouco prováveis de acontecer. Caso contrário, teríamos inúmeros ganhadores da loteria a cada rodada…

Desqualificação do positivo

Imagine que você trabalhou duro por meses. Participou de cursos e treinamentos para aprender mais a fundo sobre a atividade que realiza e fez até algumas horas extras… Então, você recebe uma promoção e pensa: “Poxa, foi muita sorte mesmo!”

Esse é um exemplo da crença limitante da desqualificação do positivo. Você percebe os fatos positivos que levaram a um acontecimento, mas considera que tudo foi obra do acaso.

Raciocínio emocional

Com essa crença disfuncional, a pessoa considera as suas emoções como se fossem fatos. Os argumentos razoáveis e lógicos são ignorados.

Raiva e ciúme intenso, por exemplo, são emoções que podem estar relacionadas ao raciocínio emocional.

Rotulação

Você pede ajuda a um colega de trabalho para realizar uma tarefa. Porém, esse colega está com uma entrega urgente para realizar e diz que não poderá te ajudar dessa vez.

Automaticamente, você o julga como uma pessoa egoísta. Mesmo que não diga isso a ele.

Esse é um exemplo de rotulação: a pessoa atribui características negativas a si mesma ou a outros devido a situações isoladas que aconteceram.

Falácia de controle externo

Apesar de o nome ser um pouco mais complexo, você já deve ter conhecido pessoas com essa crença.

São aquelas que acreditam que tudo o que acontece em sua vida é controlado pelo destino. Maktub, como diziam os personagens da novela “O Clone”: tudo está escrito. Por isso, elas são isentas de culpa caso algo negativo aconteça.

Além dessas, existem diversas outras, como a falácia de controle interno, de justiça, da mudança e até da “recompensa do céu”. A ultima faz com que a pessoa tenha atitudes esperando uma recompensa divina.

Me identifiquei com algumas dessas crenças disfuncionais. E agora?

O primeiro passo é entender que não é porque você experienciou uma ou outra dessas situações que você convive com essa crença disfuncional.

Aqui na Anyma, você encontra terapeutas especializados em Terapia Comportamental Cognitiva para te ajudar a entender melhor sobre tudo isso.

Afinal, de uma forma ou de outra, essas crenças influenciam no dia a dia nos mais variados aspectos e setores.

Sempre que notar um comportamento ou pensamento que você imagina que possa estar relacionado às crenças disfuncionais, faça uma anotação.

Dessa forma, além de trazer o pensamento para uma forma visível, fica mais fácil de você lembrar. POr exemplo, para compartilhar com o seu terapeuta.

Então, agende sua sessão. Junto com esse profissional converse sobre os pontos que geram preocupação. Conte com a gente!