Nesse artigo você lerá:
- Quais são os reflexos das feridas infantis
- Como lidar com um passado de dores
- Os indícios que apontam para uma alma com uma criança interior ferida
Trazer a público um artigo que discorra sobre nossa criança interior ferida é um grande desafio.
Isso porque todos nós temos cicatrizes que surgiram na infância e quando escrevemos sobre elas nossos fantasmas vêm à tona.
Contudo, por mais que seja difícil encararmos dores antigas, não podemos escondê-las para sempre.
É que querendo ou não conviveremos com a criança que fomos e com todos os traumas por ela vivenciados até o fim de nossas vidas.
A maneira como respondemos às situações em nosso dia a dia, o modo como reagimos diante das adversidades e até mesmo as pessoas com quem nos relacionamos são, em certa medida, fruto de nossas experiências infantis.
E embora nem sempre notemos as respostas que damos ao que nos cerca, pode ter certeza que uma parcela do que vivemos no passado está ali.
Ao longo desse artigo falaremos sobre a criança interior ferida, contudo, nossa intenção não é encontrar culpados.
Ao contrário, como adultos que somos, nosso objetivo é ressignificar nossas dores, e com um olhar adulto e maduro observar e acolher essa criança que para sempre habitará em cada um de nós.
A tarefa não é fácil, mas é possível.
Uma boa dose de amor-próprio, autoconhecimento e por que não, tratamento terapêutico pode nos conduzir a caminhos que irão curar as feridas de nossa criança interior.
Quais são os indícios que apontam para uma criança interior ferida?
As feridas emocionais que muitas vezes são causadas na infância podem ficar abertas por anos sem que tenhamos consciência disso.
Perceber essas feridas de nossa criança interior não é tão simples como parece, até porque em muitos momentos tentamos camuflar ou esconder por completo marcas negativas de nosso passado.
Pensamos que com isso o problema se resolverá como num passe de mágica, ledo engano, podemos esconder até de nós mesmos nossas dores e feridas, mas elas continuarão ali.
Como consequência, os indícios dessas marcas emocionais também se apresentam de diversas formas:
- Autocrítica é uma constante em sua vida: isso pode ser reflexo de alguém que recebia muitas críticas quando criança e que provavelmente viveu em um ambiente com regras pouco flexíveis.
- Você é insegura e dependente emocionalmente de terceiros: crianças que não receberam o cuidado e carinho dos tutores podem manifestar a insegurança e a dependência emocional quando adultos. A falta de acolhimento dos responsáveis é tão nocivo para a criança que o medo de ser abandonada novamente reverberá no futuro.
- Sente vergonha e medo de se expressar: mais um possível reflexo da vivência em um ambiente de repressão, onde pouco se ouvia, dentro dessa dinâmica suas necessidades também eram ignoradas.
- Baixa autoestima: quantas críticas você não recebeu? Sua aparência, seu jeito de falar, suas decisões, tudo o que fazia estava errado, a consequência? Hoje você não consegue se amar do modo como deveria.
- Imagem corporal distorcida: geralmente as meninas sofrem mais diante desse aspecto, comentários do tipo: como você está gordinha ou como você é magra geram sentimentos negativos e prejudiciais para a mulher adulta.
Os indícios daqueles que possuem a criança interior ferida são inúmeros, tentamos exemplificar os mais comuns.
Diante disso, e observados os aspectos, vamos iniciar nossa trajetória em busca da cura para a criança interior.
Como curar as feridas de nossa criança interior?
Ninguém cura sua criança interior sem autoconhecimento.
Isto porque ninguém consegue cicatrizar um machucado sem reconhecê-lo em forma e profundidade, portanto, aprenda a reconhecer o que dói em você.
Procure se lembrar de fatos marcantes de sua infância e quais sentimentos vieram à tona, como você os vivenciou?
Um comentário, um gesto, um olhar. Tudo pode ser uma pista para você compreender as dores de sua infância.
Para te auxiliar, listamos a seguir algumas ferramentas que te ajudarão em sua busca pela cura.
Curando a criança interior ferida – dicas para te fortalecer.
- Autoconhecimento: como dito no início de nosso texto, o conhecimento sobre si mesmo é essencial para o processo de cura, afinal, é impossível resgatar nossa criança interior sem saber quem de fato somos.
- Ressignificação: não é o que fizeram de você, é o que você faz com o que fizeram de você – todos passamos por provações ao longo de nossa vida, contudo, o que nos diferencia é a maneira como lidamos e ressignificados fatos que nos machucaram, não conseguimos mudar o passado, mas conseguimos mudar nossa forma de lidar com ele.
- Cuide de você: sua criança interior que está ferida precisa ser acolhida, e para isso você também deverá cuidar e acolher sua versão adulta, existem várias formas de se fazer isso: cuidando de seu corpo, de sua mente, de seus relacionamentos…
- Faça terapia: existem sentimentos e mágoas tão inacessíveis que somente um profissional pode nos ajudar a trazê-los à superfície, por isso, invista nesse ato de amor-próprio. Procure um especialista para te ajudar a revisitar seu passado.
- Retorne ao passado, mas não fique por lá: relembre os acontecimentos da sua infância para tentar compreender suas dores de agora, não caia no erro de se manter aprisionada no que já passou.
“Em todo adulto espreita uma criança que precisa de cuidados”
Tentar esconder a criança que fomos, seus medos e suas dores é um desperdício de nossa energia vital.
Esse tipo de atitude nos consome lentamente e só nos traz malefícios.
Ocultar não é a saída, por isso até quando iremos ignorar que nossa constituição como sujeitos começou a se formar em nossa infância?
Por mais que esse período tenha sido difícil e que por isso tenhamos a tendência a tentar varrê-lo para debaixo do tapete, nossas tentativas não resultarão em êxito.
Portanto, abrace, acolha e respeite sua criança interior que por tantas vezes foi ferida e não tente silenciá-la, ao contrário escute-a, ela tem mais a dizer do que você pode imaginar.
Se você deseja mergulhar fundo em suas vivências para mudar padrões inconscientes que são resultado de sua criança ferida, converse com nossos especialistas e inicie um tratamento terapêutico, a jornada pode parecer longa, mas a transformação valerá a pena.