Os perigos da dependência afetiva

A dependência afetiva tem alguns níveis, seja qual for a intensidade. Quando a pessoa é reconhecida com dependência emocional, é diagnosticada como transtorno de personalidade dependente.

Pode ser muito perigoso para a mente e o corpo. Porém, cada caso é único. O grande problema por trás dessa personalidade dependente, é que o indivíduo passa a anular tudo aquilo que pensa e sente em prol do outro.

Onde a única coisa que importa, é seu “objeto amoroso”. Pode ser um familiar, amigo ou, como na maioria dos casos, um companheiro(a). A pessoa com dependência afetiva abandona as suas escolhas e coloca o outro no centro de tudo.

Em casos mais graves, é possível até que agressões físicas ou psicológicas aconteçam. Mas ainda nesse cenário, o dependente sente culpa por não agradar seu parceiro(a). Ou seja, continua vendo a si mesmo como um problema.

Quer entender mais sobre a dependência afetiva e como acontece? Acompanhe-me.

A auto anulação na dependência afetiva

Quando perdemos a independência emocional, costuma-se encontrar dois principais problemas:

O primeiro é o descarte das escolhas pessoais e individuais. Os dois passam a fazer tudo juntos, tornando-se inseparáveis. Por exemplo, mesmo que queira ir a uma festa o dependente emocional esta disposto a não ir caso a sua companheira opte por não acompanha-lo.

Conforme situações como essas vão se dando, todos ao redor passam a enxergar aquelas duas pessoas como uma. Afinal, decidem tudo juntas e não se separam nem para ir até a esquina.

O segundo é a exaltação do outro, como se houvesse um pedestal. Então, a pessoa que tem dependência afetiva passa a olhar para o outro com uma admiração exagerada. Mesmo que seu companheiro seja a pior pessoa do mundo.

Porém, é possível reverter uma relação assim começando com uma limpeza interna e o reconhecimento do amor próprio.

Os motivos por trás da dependência

Vejamos os dois motivos mais comuns, que levam alguém a permanecer em um relacionamento assim:

Questão social

Vivemos em uma sociedade com infinitas cobranças, mesmo que baseadas em pensamentos antiquados. Antigamente, era tradição nos casarmos, ter filhos e viver assim até o fim da vida. Entretanto, os tempos mudam, e junto com ele, os costumes também.

Existem casos em que a família vive dizendo para “fulano” se casar logo, porque está ficando velho e pode não encontrar alguém. Esse diálogo costuma durar anos. Então, após anos ouvindo de sua família que precisa se casar, essa ideia acaba sendo aceita.

Por essa pessoa ir em busca de algo para entrar em um padrão, ela corre o risco de se enganar na hora da escolha e cair em uma dependência afetiva. Do mesmo jeito que, poderá errar em como se comportar com um parceiro. Há chances que ele faça de tudo para o outro não ir embora.

Carência

Quando falamos sobre dependência afetiva, a “carência” costuma ser um dos motivos que levam alguém a se relacionar de maneira inapropriada.

É importante ressaltar que, todos temos a propensão amar e sermos amado, isso é fato. Claro que nem todos escolhem ir nessa mão, mas essa tendência está ai.

Inclusive, faz super bem para o ser humano se relacionar. Isso porque desenvolvemos maturidade, inteligência interpessoal e emocional. O problema está quando vamos iniciar algo, sentindo-nos vazios por dentro. Começar uma relação buscando se livrar da solidão, não é uma boa escolha.

Como sair da dependência afetiva

Enquanto estamos no meio do tornado, pode parecer difícil sair dessa situação. Mas fique tranquilo, não é tão complicado assim.

O ideal seria que um relacionamento com dependência afetiva nem começasse. Colocar todas nossas expectativas em outra pessoa, é complicado. As pessoas tendem a errar e não somos conhecedores de tudo.

Nem nós mesmos nos conhecemos totalmente, então quem dirá o outro. Se erramos em nossas escolhas acerca de nossas vidas, imagine se outro tem controle sobre nossas escolhas. Um desastre, não?!

Quando falamos de dependência afetiva, na maioria dos casos, o indivíduo que sofre com isso já não tem mais controle total sobre suas ações.

Para reconquistarmos nossa independência emocional é altamente recomendado conversar com um psicoterapeuta. Ele(a) estudou durante anos e possui as técnicas certas para nos ajudar. Seu olhar é treinado para reconhecer as situações e os meios de dar a volta por cima.

Conversar com um amigo ou alguém de confiança, também é bom. Dizer o que pensamos e sentimos faz bem para mente e coração.

Nada dura para sempre

Caso note que, está abandonando o seu “eu” para se enquadrar na vida de alguém – repense suas atitudes. Busque relembrar o que você é, aquilo que lhe caracteriza.

Pare por um momento, fique em um posição confortável. Pode ser deitado ou sentado. Feche os olhos e inspire suavemente, retendo o ar em seu pulmão por 5 segundos e solte-o. Repita o processo quantas vezes forem necessárias.

Precisamos ter calma antes de qualquer ação.

Quando sofremos com a dependência afetiva, é preciso diálogo. Com mente aberta, sinceridade e força de vontade, tudo pode mudar.

Um relacionamento requer disponibilidade. Se uma conversa verdadeira não é possível e nem existe força de vontade para mudar, talvez seja melhor abandonar tal apego. Se o espaço para diálogo é limitado, o coração não vive livre, mas atado.

O apego em excesso esconde uma falta. No caso do transtorno de personalidade dependente, o indivíduo não é mais o comandante de si. Isso porque faz tudo para agradar outra pessoa, mesmo que isso vá contra seus princípios.

Neste caso, o amor próprio está enterrado lá no fundo do ser.

Dependência afetiva não é amor, está longe de ser. Mesmo que tenha um companheiro bacana e leal, é você quem não está sendo verdadeiro consigo mesmo. Para o outro pode estar tudo bem. Afinal, tudo que ele te pede, você faz e dá seu sangue por isso.

Mas e você? seus sentimentos, suas vontades e escolhas, onde elas ficam? Sacrificar o nosso “eu” para termos um companheiro, nunca será o ideal.