Yoga como estilo de vida

Em 21 de junho, acontece o dia do yoga. Por isso, gostaria de contar um pouco daquilo passado à mim, por meio de meu mestre espiritual dentro do estilo de vida yoga.

Dar minha opinião aqui não é o propósito, irei dizer apenas fatos históricos e aquilo que ouvi dentro da sucessão discipular. Venha conhecer mais sobre:

O dia do yoga – todos os dias.

Dentro do movimento Hare Krishna, há um livro de suma importância. Ele serve para todo aquele que gosta de filosofia, espiritualidade ou que busca uma vida conectada ao divino em seu cotidiano.

O nome dessa escritura é Bhagavad-Gita, que significa “A Palavra do Senhor”. Ela retrata um diálogo entre Sri Krishna e Arjuna há mais ou menos 5.100 anos atrás. A conversa em questão aconteceu momentos antes de uma guerra se iniciar.

Arjuna estava confuso acerca de ter que batalhar contra milhares de homens e matá-los. Contudo, Sri Krishna vai pouco a pouco elucidando Arjuna. Mostrando a ele que enquanto um guerreiro, era seu dever lutar, mas que acima de seu dever, estava o fato dele estar lutando por uma causa benéfica para o mundo.

Entre os 700 versos da escritura, Krishna comenta sobre alguns tipos de yoga. A palavra yoga surge da raiz verbal “yuj”, do sânscrito-védico, que geralmente indica “conectar; unir”.

A palavra yoga significa “conexão”. Portanto, aquele que pratica yoga está se conectando consigo e com o universo dentro de si.

Os tipos de yoga

O yoga é inclusivo. Isso porque cada um pode alcançar a meta por meios diferentes. Seja através da ação, intelecto, meditação ou devoção amorosa. Em outras palavras, todos podem vivenciar o dia do yoga de acordo às nossas condições.

Alguns tipos diferentes de yoga são mencionados na Bhagavad-Gita. Afinal, as pessoas têm suas próprias características e vontades. Krishna explica formas diferentes para se alcançar a união com o Todo.

Entretanto, os mais comentados são:

Karma-yoga: O yoga da ação

Se usarmos de um senso ético sempre, podemos dedicar nossas ações para o Supremo. Não importa o ofício que exercemos ou nossa condição social. A única coisa que importa é dedicarmos nossas ações à origem de tudo.

Seja um copo d’água, um trabalho ou um esporte. Tudo pode ser feito como uma oferenda. O que importa é nossa consciência acerca de nossas ações. Ou seja, é preciso entender que aquilo que fazemos é o necessário a ser feito.

Jñana-Yoga: O caminho do conhecimento

Este é o caminho para os que buscam realizar a Verdade Absoluta através do conhecimento. É preciso muita leitura e um mestre fidedigno para concluir esse percurso. Memorizar e entender algumas escrituras.

As escolas que seguem essa linha de pensamento são chamados de não-duais. Para eles, tanto esse mundo material quanto o plano espiritual são uma coisa só. Já somos Deus, mas estamos em um estado de consciência esquecido. Por isso, buscam unir-se ao Supremo através do conhecimento.

Ashtanga-yoga: Os oito membros do yoga

Também conhecido como Raja-yoga ou dhyana-yoga. Por meio desse caminho, o dia do yoga é conquistado todos os dias. Onde seguimos condutas sociais, realizamos posturas psicofísicas, processos respiratórios, foco em um mantra ou forma. Sendo apenas no fim, que podemos alcançar a meditação.

É um caminho extremamente benéfico para o corpo e mente. Qualquer um que siga nesse caminho, se beneficia com:

  • Melhora sistema imunológico;
  • Aumenta a concentração;
  • Tem mais calma;
  • Memorizam melhor as informações;
  • São mais produtivos;
  • Conseguem sentir as energias sutis ao seu redor.

Existem muitos tipos de práticas e técnicas que englobam o hatha-yoga. Seus benefícios são reconhecidos por diversas autoridades médicas. Independente de quem seguir neste caminho, obterá calma e benefícios além da carne.

Deixando nosso organismo forte e auxiliando na desintoxicação deste. Nossa consciência vai se tornando mais leve. A autorrealização vai se mostrando em nossa mente e coração. Entendemos melhor nosso propósito e como podemos ajudar o mundo ao redor.

Bhakti-yoga: O serviço devocional amoroso

Aqui, o amor pela Origem de todos os seres é o que o coração do sadhaka busca. Ele quer apenas servir e pensar em seu Senhor(a). Para os que praticam o bhakti-yoga, Deus é um ser personificado que possui qualidades próprias e únicas.

A meta última de vida para eles, é servir. Eles vêem que Deus está dentro de todos e que tudo aquilo que acontece ou deixa de acontecer, tem sua origem na Divindade primordial.

Eles pensam no divino enquanto comem, trabalham, conversam com os outros, estudam, ensinam, cuidam, e enquanto executam qualquer atividade.

Agora que sabemos que existem sistemas de yoga diferentes, fica mais fácil experienciar o dia do yoga. Não importa com o que você trabalha, onde mora, o que gosta de fazer ou etc. O importante é estar conectado.

A historia por trás

Creio que você já tenha ouvido falar em algum lugar a palavra “yoga”. Esse tema vem se tornado mais comum com o passar do tempo. Mas, essa pratica de autoconhecimento foi criada em meados dos anos 60, no ocidente.

Nessa mesma época, o movimento hippie estava surgindo na Califórnia. Junto a eles, algumas pessoas que se intitulavam “mestres do yoga”. Todos afirmavam que iriam mudar sua vida após algumas aulas.

Uma parte daquela nação estava muito insatisfeita com os conflitos em que seu país se encontrava. Não havia nem se passado vinte anos da Segunda Guerra Mundial. Eles estavam em uma Guerra Fria e participando da Guerra do Vietnã.

É nesse contexto, que o yoga começa a criar suas raízes. Uma população insatisfeita e que buscava algo além da materialidade. Dispostos pagarem qualquer preço para ter um contato com práticas que hoje são celebradas no dia do yoga.

Em meio a tantos conflitos e mentiras, surgiram alguns poucos mestres autênticos. Dentre eles, havia uma pessoa transcendental que tinha um estilo de vida simples. Contudo, um pensamento elevado. Seu nome era Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

Ele tinha a missão de espalhar o conhecimento Védico, de forma como o conhecimento é e no idioma mais falado no mundo. Determinado para espalhar a Consciência de Krishna pelo mundo. Nada poderia lhe impedir, porque ele vivia o dia do yoga a todos os instantes.

É preciso entender que o mundo do yoga é extremamente antigo. Todas as religiões de origem Indiana seguem as mesmas escrituras – os 4 Vedas e toda a literatura Védica. A diferença entre elas, está em qual escritura aquela religião segue e estuda.

Caso alguém siga escrituras de Shiva, tal pessoa é considerada um Shaiva. O mesmo acontece caso alguém se devote e estude sobre Vishnu, Devi, Ganesha, Surya ou etc. Para tais pessoas, o dia do yoga é todos os dias.

Yoga como estilo de vida

Não é raro alguém chegar até mim e dizer: “Mas para fazer yoga, eu preciso acreditar nesses deuses, kundalini, chakras e tudo mais?”. A resposta é muito simples, não! As práticas podem ser feitas por todos, independente de religião ou crença.

Mas aí está um ponto importante a ser citado, você quer entrar de cabeça no mundo do yoga ou apenas molhar os pés? Fica aí um questionamento importante. Seja qual for o nível que você estiver buscando, ter uma meta é crucial.

Uma coisa eu te garanto, o yoga pode mudar sua vida de muitas maneiras. Tudo dependerá de sua vontade. Se você busca fazer apenas alongamentos ou se quer mudar sua percepção sobre as vidas. Em outras palavras, sobre e a existência do Todo.

O relevante é estar vivenciando o agora em espírito de devoção. Você pode oferecer seu trabalho para um bem maior ou desenvolver amor em tudo que faz.

Cada yoga nos fará percorrer um caminho. Mas no fim, a meta está sempre na comunhão com o sagrado e o transcendental. A prática está localizada na mente de indivíduo. Suas ações externas podem parecer comuns, mas internamente, ele está conectado.