Masculinidade tóxica – desde quando homem não chora?

Neste artigo você encontrará:

  • O que é masculinidade tóxica?
  • Como identificar os padrões da masculinidade frágil.
  • Há cura para esse comportamento? 

O machismo não afeta apenas mulheres. Prova disso é a tão ultimamente comentada masculinidade tóxica. 

Ao contrário do que se acredita, os homens são algozes e vítimas dessa estrutura  que é a raiz de milhares de casos de violência. 

Por isso, ao falarmos  sobre masculinidade tóxica, falamos também de machismo.

Mas, que termo é esse e qual seu significado? Machismo é a falsa ideia de que as mulheres são inferiores aos homens. 

Essa forma de sexismo está relacionada ao comportamento de um indivíduo que se recusa a aceitar a igualdade entre os gêneros.

E eu nem preciso te lembrar das consequências disso, né?!  Discriminação, violência física e emocional, feminicídio, preconceito, violência patriomonial…enfim, a lista é bem longa. 

Muito bem, mas qual a relação entre masculinidade tóxica e machismo? 

Simples, o comportamento machista ainda se mantém vivo em nossa sociedade graças a elementos discriminatórios e preconceituosos, e adivinha, a masculinidade tóxica é um deles!  

Depois desse preâmbulo está na hora de entendermos o significado e o conceito do termo, por isso, recorremos ao sábio Sr. Aurélio, que nos diz:

  • masculinidade: 

Característica ou particularidade do que é masculino.Qualidade da pessoa que apresenta um comportamento másculo; virilidade.

  • tóxico:

Venenoso, maléfico. Com propriedade de envenenar. 

Em outras palavras, masculinidade tóxica é o comportamento esperado de um indivíduo do sexo masculino que faz mal a ele próprio e aqueles que o cercam. 

E então, consegue perceber a urgência em compreender os malefícios desse comportamento? 

O que é a masculinidade tóxica nos dias atuais

Entender o que é masculinidade tóxica atualmente requer que repensemos a ideia de virilidade. 

A virilidade masculina está associada a força, a energia, e ao sexo. Contudo, para uma sociedade patriarcal como a nossa, o homem viril precisa ser necessariamente destemido, corajoso, forte, autoritário e ter várias parceiras sexuais

Qualquer característica desse homem que fuja a essa regra seria uma “mancha” em sua “honra masculina.”

O resultado disso? Gerações ininterruptas de homens tóxicos que ferem e são feridos. 

Mas, como isso começa?

Já ouviu falar que a infância é um treinamento para a vida adulta? Pois é, boa parte da sociedade leva isso tão ao pé da letra que desde criança ensina os meninos o que devem e o que não devem fazer por serem do sexo masculino.

Dentro dessa perspectiva o menino: 

  • não deve vestir rosa ou qualquer outra cor relacionada socialmente ao sexo feminino;
  • não pode ser sensível;
  • precisa ser forte emocionalmente; 
  • deve gostar de esportes (quando mais agressivo, melhor);
  • não deve ser vaidoso;
  • precisa se impor através da força física;
  • deve se destacar mais do que a menina;
  • não brinca de boneca;
  • não faz serviços domésticos. 

A lista de absurdos além de não acabar aqui vem permeada de frases como “isso é coisa de mulherzinha”, “homens não choram” ou “seja homem”, é esse o discurso que em boa parte das vezes vai fazer parte do universo infantil dos que virão a ser os homens tóxicos. 

Agora, já parou para pensar nos malefícios dessa dinâmica para a saúde mental dos homens? Já adiantamos que não são poucos, está, portanto, na hora de conhecê-los. 

Como identificar um homem tóxico e os malefícios da masculinidade frágil

Como dissemos, a masculinidade tóxica fere a sociedade como um todo, seus malefícios reverberam da infância à idade adulta, mas, quais são seus indícios?

  • Um homem cuja masculinidade é frágil sentirá necessidade de aprovação a todo momento, além disso:
  • Terá dificuldade em lidar com seus sentimentos;
  • Não será capaz de se autoconhecer;
  • Compreenderá a mulher como uma extensão de si, e não como um indivíduo com personalidade e vontades próprias;
  • Aprenderá a arte da dissimulação, afinal, se não pode ser ele mesmo não terá outra escolha a não ser se vestir com uma “máscara” para ser aceito;
  • Apresentará grandes dificuldades em aceitar e respeitar mulheres em posições superiores à sua. 

Todos esses aspectos formam a médio ou longo prazo os tão temidos homens tóxicos. Homens que não respeitam o feminino, que menosprezam as mulheres e que as machucam física e moralmente. 

Mesmo que o cenário não seja dos mais promissores, ainda nos resta uma pergunta: é possível deixar de ter enraizado em sua personalidade a masculinidade tóxica? 

Mudar é o segredo!

Já sabemos o que é masculinidade tóxica, também já somos capazes de identificar seus sinais, contudo, será que realmente há uma mínima possibilidade de mudança?

Sim, e sabe como?

  • Em primeiro lugar tendo consciência de que machismo e masculinidade frágil existem;
  • Reconhecendo que homens e mulheres sofrem com essa dinâmica; 
  • Buscando ajuda profissional para mudar o padrão de comportamento;
  • Praticando o autoconhecimento;
  • Incentivando seus filhos a falarem sobre suas emoções 

Não é porque a sociedade nos impõe um comportamento que devemos segui-lo sem questioná-lo, ao contrário, nossa evolução como seres dotados de humanidade depende de nossas reflexões a respeito das regras e estruturas sociais.

Se você foi educado para pensar que fazer um serviço doméstico, por exemplo, te deixará mais “afeminado” ou que chorar te faz menos “homem” está mais do que na hora de rever esses aprendizados, nunca é tarde para reconstruir ideias, principalmente aquelas que não são digamos, tão boas assim.  

É sempre tempo de buscar ajuda

Assim como eu, tenho certeza de que você deseja uma sociedade mais justa e menos preconceituosa para seus filhos e filhas, então que tal começar por si mesmo?!

Desaprender, reaprender é essa a graça de sermos humanos. Do contrário seria apenas uma questão de comer, procriar e dormir.

Somos mais que isso, temos inteligência o suficiente para produzir respeito e igualdade, para criar nossos filhos com consciência social e assim preparar para o mundo crianças com empatia. 

Para que casos de homofobia, sexismo ou feminicídio sejam cada vez menos vistos pelas futuras gerações. 

Se diante de tudo o que foi exposto você decidiu que quer se curar ou se proteger da masculinidade tóxica entre em contato com nossa equipe de especialistas, eles possuem as ferramentas adequadas para seu tratamento.