Passar por um fim de relacionamento não é tarefa fácil para a maioria dos mortais. Salvo os extremamente evoluídos, todos nós sofremos para romper vínculos. Afinal, por mais tranquilo que seja esse rompimento, de maneira inevitável ele causará dores.
Não tem como falar de fim de relacionamento sem que venham à tona as lembranças das nossas histórias amorosas. Em outras palavras, lá vamos nós lembrar de “ex”. O problema aqui não é apenas lembrar. Mas sim, ficar presa à lembrança de uma pessoa que já não faz mais parte da nossa vida.
Aposto que está pensando, “ótimo, problema diagnosticado, mas como superar alguém que ainda amo?!”. Parece complicadíssimo, não?! Mas, caminhemos juntas.
Imagine você entrando em sua loja de sapatos favorita. Você olha, mexe nas prateleiras, procura com a precisão de um arqueólogo o calçado perfeito. De repente lá está ele – o sapato aparentemente ideal. Ele vai ficar ótimo com aquele tubinho preto, parece inclusive que foi feito sob medida. Você experimenta, decidi comprá-lo. Paga o preço e vai para casa.
Com o uso diário, porém, esse calçado ideal começa te ferir. No início, é só um incômodo e depois você começa a sentir um aperto no pé. Até que, ele começa a te machucar de uma maneira que é quase impossível andar calçada.
Diante dessa situação, o que você faria? Entenderia que esse sapato não foi feito para você? Ou deixaria-o machucá-la até não aguentar mais? É mais fácil não usar mais o calçado ou cortar um pedaço do seu pé?
Pois é, o fim de um relacionamento em muitos aspectos traz semelhança com o “sapato apertado”. Só que, tenha consciência de que nos relacionamentos não é seu pé que está em jogo, é seu coração.
O fim de um relacionamento não é o fim de uma vida
“Guarda ancora quanta vita c’è”, o último verso da canção La Forza Della Vita é um convite:
“veja quanta vida ainda existe”.
Propõe o compositor, levemos esse conselho musical para o âmbito de nossas vidas sempre que estivermos diante da quebra de laços.
O fim de um relacionamento é apenas o fim de um ciclo. Ainda há muito que se viver, sua história não acaba aqui. Por isso, não duvide do surgimento de outras possibilidades.
Se ainda existe amor não se desespere, tudo é superável. Para hoje a saída está envolta em neblina, mas pode ter certeza que amanhã um novo horizonte surgirá. Até dizem que a vida é desse jeitinho mesmo…
“a vida é assim: esquenta e esfria,
GUIMARÃES ROSA
aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.”
Aprendendo a encontrar o caminho da superação
Deixar para trás é um ato de coragem. Por isso, o primeiro passo é estar disposta e ser atrevida o suficiente para enfrentar o fim do relacionamento com sabedoria. Leia com atenção as práticas a seguir. Elas te ajudarão no processo de ressignificação do término:
Aprenda a perdoar-se
“Foi o que eu fiz, ou foi o que eu não fiz?”. Na verdade, isso pouco importa. Perdoe-se pelos erros cometidos e NUNCA se culpe integralmente. Você é imperfeita como seu parceiro(a) também era.
Tudo bem não estar tudo bem
Você está enfrentando um término. Portanto, haverá dias que vai levantar da cama com vontade de ganhar o mundo. Mas, o contrário também acontecerá, esteja preparada para isso. Entenda que altos e baixos fazem parte do caminho.
Corte vínculos
Lembra que “o que os olhos não veem o coração não sente”?! Muito bem, afaste-se para esquecer.
Nada de buscar informações com terceiros, a menos que ainda tenham algo em comum. Como filhos, por exemplo. Evite até mesmo a conversa “entre bons amigos”. Esse bate papo só será possível quando deixar de amá-lo(a). Até lá, mantenha distância. Do contrário, essas conversas informais só servirão para você nutrir esperanças infundadas.
Stalkear
O mundo globalizado e tecnológico no qual vivemos traz de maneira absurdamente rápida informações das mais variadas. Isso é em muitos momentos pode ser um prato cheio para as nossas inseguranças.
Olhar a rede social de um(a) ex além de ser um ENORME atraso de vida, é uma forma de se machucar. Você vai ver coisas que te deixarão chateada e enraivecida, e sabe o que você poderá fazer a respeito? NADA! Então, para garantir que você não caia mais na tentação da “rápida olhada”. Pare de perder tempo e BLOQUEIE.
Não tenho medo de parecer imatura(o). Na verdade, todas as ações indicadas acima são a maior prova de autocuidado que você pode se dar.
Ainda está difícil superá-lo(a), que tal imaginar-se como espectador(a)?
Provavelmente está tão difícil esquecer essa pessoa porque seu emocional gosta de pregar peças. Eem outros termos, sua mente está focada apenas nos bons momentos.
Você até se lembra das brigas, mas diante da ausência da pessoa amada elas parecem tão insignificantes não é mesmo? Pois, é, mas elas não são, do contrário vocês ainda estariam juntos.
É preciso enxergar como um espectador. Portanto, faça o seguinte exercício: imagine-se assistindo a uma peça teatral que trará como personagem principal o (a) ex. As cenas representadas tratarão das brigas.
Reveja todas as situações. Olhe para o comportamento, observe atentamente as atitudes. Analise com cuidado esse personagem em cena. Ele está diante dos seus olhos, não perca nenhum detalhe!
Quando tomamos certa distância da situação, nossa visão é ampliada. É bem possível que você, nesse momento, seja capaz de perceber coisas que antes não percebia.
Seja constante: erre mas aprenda a reconfigurar sua escolha
Você não aguentou e mandou mensagem? Estava se sentindo sozinha (o) em pleno sábado à noite e foi procurar por ele (ela)? A atitude pode não ser das mais assertivas, mas, honestamente, às vezes o erro é melhor do que o acerto.
Não deixe esse deslize te convencer de que você não conseguirá viver sem essa pessoa. Isso porque você conseguirá, só precisa ser constante e entender que errar faz parte do aprendizado. Por isso, volte e recomece quantas vezes foi preciso.
O fim de um relacionamento te levará a conhecer outras possibilidades. Pode não parecer, mas esse fim do poço tem uma mola. Não desperdice novas oportunidades. Deixe o que não te serve mais irembora para que você dê espaço ao novo.
Agora é com você, está passando por um término e gostaria de compartilhar sua experiência? Então não saia antes de deixar seu comentário.